A Amizade em Aristóteles
"A amizade é uma das grandes consolações da vida, e uma das consolações da amizade é que ela nos mostra alguém a quem confiar um segredo."
(Alessandro Manzoni)
Assim como os motivos da Amizade diferem em espécie, também diferem as respectivas formas de afeição e de amizade. Existem três espécies de Amizade, e igual número de motivação do afecto, pois na esfera de cada espécie deve haver "afeição mútua mutuamente reconhecida".
Aqueles que têm Amizade desejam o bem do amigo de acordo com o motivo da sua amizade; desse modo, aqueles cujo motivo é a utilidade não têm Amizade realmente um pelo outro, mas apenas na medida em que recebem um bem do outro.
Aqueles cujo motivo é o prazer estão em caso semelhante: isto é, têm Amizade por pessoas de fácil graciosidade, não em virtude de seu carácter, mas porque elas lhes são agradáveis.
Assim, aqueles cujo motivo da Amizade é a utilidade amam os seus amigos pelo que é bom para si mesmo; aqueles cujo motivo é o prazer o fazem pelo que é prazeroso a si mesmo; ou seja, não em função daquilo que a pessoa estimada é, mas na medida em que ela é útil ou agradável. Essas Amizades são portanto circunstanciais: pois que o objecto não é amado por ser a pessoa que é, mas pelo que fornece de vantagem ou prazer, conforme o caso. Tais Amizades são de fato muito passíveis de dissolução se as partes não permanecem iguais: isto é, os outros cessam de ter Amizade por eles quando deixam de ser agradáveis ou úteis. Ora, a natureza da utilidade não é de permanência, mas de constante variação: assim, quando o motivo que os tornou amigos desaparece, a Amizade também se dissolve; pois que existia apenas em relação àquelas circunstâncias...
Assim, aqueles cujo motivo da Amizade é a utilidade amam os seus amigos pelo que é bom para si mesmo; aqueles cujo motivo é o prazer o fazem pelo que é prazeroso a si mesmo; ou seja, não em função daquilo que a pessoa estimada é, mas na medida em que ela é útil ou agradável. Essas Amizades são portanto circunstanciais: pois que o objecto não é amado por ser a pessoa que é, mas pelo que fornece de vantagem ou prazer, conforme o caso. Tais Amizades são de fato muito passíveis de dissolução se as partes não permanecem iguais: isto é, os outros cessam de ter Amizade por eles quando deixam de ser agradáveis ou úteis. Ora, a natureza da utilidade não é de permanência, mas de constante variação: assim, quando o motivo que os tornou amigos desaparece, a Amizade também se dissolve; pois que existia apenas em relação àquelas circunstâncias...
eles são bons; e a bondade traz em si um princípio de permanência…
São poucas as probabilidades de Amizade dessa espécie, porque os homens dessa espécie
são raros. Além disso, pressupõem-se todas as qualificações exigidas, essas Amizades exigem ainda tempo e intimidade; pois, como diz o provérbio, os homens não podem se conhecer "até que tenham comido juntos a quantidade de sal necessária"; nem podem de fato admitir um ao outro em sua intimidade, muito menos serem amigos, até que cada um se mostre ao outro e dê provas de ser objecto apropriado para a Amizade.
Aqueles que iniciam apressadamente uma troca de gestos amigáveis querem ser amigos mas não o são, a menos que sejam também objectos apropriados para a Amizade e se reconheçam mutuamente como tal: ou seja, o desejo de Amizade pode surgir rapidamente, mas não a amizade propriamente dita.
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