quarta-feira, junho 12, 2013



Felicidade: A busca constante...

Felicidade, a meta que todos ansiamos, é estranhamente inatingível. Exactamente quando parece que estamos próximos, damo-nos conta, para nosso desânimo, que foi somente miragem. Está sempre lá, de alguma forma à nossa espera e acenando de uma terra-de-sonhos-não-muito-distante; entretanto, muito tenue para as nossas desajeitadas e talentosas mãos em apanhá-la.
As pessoas frequentemente fazem da felicidade depender de certos factores, usando a palavra "se" na explicação do seu significado. Esse "se" pode ser associado às aquisições materiais, férias, fazer algo especial e similares. Mas quantos já descobriram que, repetidamente, quando as condições da felicidade foram atingidas, a felicidade ainda não estava lá. Talvez momentaneamente, mas nunca por muito tempo.
Por exemplo, planeamos e esperamos comprar algum móvel, pois sentimos que decorar a casa deixaria-nos muito felizes. Vamos de loja em loja, pesquisamos e comparamos, pensamos e repensamos e, finalmente, a decisão é tomada. O móvel chega e é um grande momento. No começo, toda hora que olhamos para ele nos sentimos felizes. Mas depois de pouco tempo, a novidade esgota-se. O móvel ainda é bonito, mas tornou-se parte do nosso dia-a-dia, bastante comum, como tudo o que possuímos. A felicidade temporária que nos deu, logo se vai. Essa situação repete-se infinitamente.
Somos todos indivíduos, os nossos anseios, as necessidades e desejos diferem, exactamente como diferimos fisica e emocionalmente. Mas, apesar destas diferenças, a busca da felicidade é comum a todos.
Fama e fortuna conotam felicidade para alguns até que as consideremos mais profundamente. O ditado, "dinheiro não compra felicidade", de facto, tem um lado de verdade. Alguns valores tais como saúde, amizade verdadeira e paz de espírito nunca podem ser comprados. Não se pode negar que o alívio de preocupações financeiras torna a vida mais agradável, mas prosperidade em si não é fonte de felicidade permanente.
Uma criança deseja coisas insignificantes e de valor inferior, pois o seu intelecto é imaturo demais e incapaz de apreciar algo mais precioso. Os adultos também se apressam e correm pela vida, absorvidos em inúmeras funções quotidianas e raramente tentam aguçar o intelecto para distinguir entre o que é importante e o que é supérfluo.
Mas, se a vida alguma vez apresentar quaisquer problema real, rapidamente se "amadurece". Aprende-se a enxergar os mais verdadeiros e importantes aspectos da vida. Se alguém que amamos adoece, o único pensamento de felicidade que se tem, é a sua recuperação. Raramente apreciamos as bênçãos de boa saúde, até que a doença ataque.
A felicidade não é inatingível, para ser constantemente alcançada. E certamente não é encontrada somente por meio de viagens ao exterior, hotéis caros ou casas luxuosas.
Felicidade é a capacidade de ser grato. Significa estar contente com o que se tem. Assim afirma o Pirkê Avot: "Quem é rico? - Aquele que está contente com seu quinhão, como está escrito: 'Quando comes do trabalho das tuas mãos, serás feliz e tudo estará bem contigo.' Explicam os nossos Sábios: 'Serás feliz - neste mundo; 'E tudo estará bem contigo' - no mundo por vir." LMC