«Bem-aventurados os pobres em espírito,
porque deles é o reino dos Céus.
Bem-aventurados os humildes,
porque possuirão a terra.
Bem-aventurados os que choram,
porque serão consolados.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
porque serão saciados.
Bem-aventurados os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração,
porque verão a Deus.
Bem-aventurados os que promovem a paz,
porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça,
porque deles é o reino dos Céus.
Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa,
vos insultarem, vos perseguirem
e, mentindo, disserem todo o mal contra vós.
Alegrai-vos e exultai,
porque é grande nos Céus a vossa recompensa».
Breve
comentário
As Bem-aventuranças
revelam a realidade misteriosa da vida em Deus, iniciada no Baptismo. Aos olhos
do mundo, o que os servidores de Deus sofrem são, efectivamente, formas de
morte: ser pobre, suportar as provas (os que choram) ou as privações (ter fome
e sede) de justiça, ser perseguido, ser partidário da paz, da reconciliação e
da misericórdia, num mundo de violência e de lucro… tudo isso aparece como não
rentável, votado ao fracasso, à morte.
Mas que pensa Cristo?
Ele, pelo contrário, proclama felizes todos os seus amigos que o mundo despreza
e considera como mortos, consola-os, alimenta-os, chama-os filhos de Deus,
introdu-los no Reino e na Terra Prometida.
A Solenidade de Todos
os Santos abre-nos assim o espírito e o coração às consequências da
Ressurreição. O que se passou em Jesus realizou-se também nos seus bem amados,
os nossos antepassados na fé, e diz-nos igualmente respeito: sob as folhas
mortas, sob a pedra do túmulo, a vida continua, misteriosa, para se revelar no
Grande Dia, quando chegar o fim dos tempos. Para Jesus, foi o terceiro dia;
para os seus amigos, isso será mais tarde.LMC