quarta-feira, janeiro 09, 2013



Relação entre Liberdade e Responsabilidade
Para se compreender a relação entre a liberdade e a responsabilidade é necessário, primeiro que tudo, conhecer o que significam estas liberdades e a sua integração no contexto filosófico.
A palavra liberdade tem uma origem latina (libertas) e significa independência. Etimologicamente, a palavra responsabilidade também vem do latim (respondere) e significa ser capaz de comprometer-se.
No senso comum, liberdade é uma palavra que pode ser definida em variados sentidos (liberdade física, liberdade civil, liberdade de expressão…). Filosoficamente, a liberdade, e mais concretamente a liberdade moral, diz respeito a uma capacidade humana para escolher ou decidir racionalmente quais os actos a praticar e praticá-los sem coacções extremas. É de carácter racional, pois os homens devem pensar nas causas e consequências dos seus actos e na sua forma e conteúdo. Esta liberdade não é absoluta, é condicionada e situada. Condicionada porque intervêm no seu exercício múltiplas condicionantes (físicas, psicológicas…). Situada porque se realiza dentro da circunstância, mundo, sociedade em que vivemos. Todas as nossas acções são fruto das circunstâncias e das nossas próprias características. É também uma liberdade solidária, porque cada um de nós só é livre com os outros, visto que não vivemos sozinhos no mundo. A liberdade humana (pode chamar-se assim porque é de carácter racional e, logo, exclusiva dos homens) reside em se poder dizer sim ou não, quero ou não quero. Nada nos obriga a ter apenas uma alternativa. O exercício da liberdade exige reflexão e, logo, tempo. Por isso, a reacção é diferente da acção, visto que a primeira é imediata face a um estímulo.
A responsabilidade moral é, por sua vez, uma capacidade, e ao mesmo tempo uma obrigação moral, de assumirmos os nossos actos. É reconhecermo-nos nos nossos actos, compreender que são eles que nos constroem e moldam como pessoas. A responsabilidade implica que sejamos responsáveis antes do acto (ao escolhermos e decidirmos racionalmente, conhecendo os motivos da nossa acção e ao tentar prever as consequências desta), durante o acto (na forma como actuamos) e depois do acto (no assumir das consequências que advêm dos actos praticados).
A liberdade e a responsabilidade estão tão ligadas na medida em que só somos realmente livres se formos responsáveis, e só podemos ser responsáveis se formos livres.
A responsabilidade implica uma escolha e decisão racional, o que vai de encontro à própria definição de liberdade.
Por outro lado, se não agirmos livremente, não podemos assumir totalmente as consequências dos nossos actos, visto que as circunstâncias atenuantes seriam muito fortes. Só o sujeito que é capaz de escolher e decidir racionalmente, com consciência, é capaz de assumir as causas e as consequências da sua acção.
Além disso, a liberdade e a responsabilidade são parâmetros essenciais na construção de um indivíduo como pessoa, visto que é através da liberdade e da responsabilidade que um sujeito é capaz de se tornar efectivamente autónomo. LMC

terça-feira, janeiro 08, 2013




Desporto e a sociedade
O desporte é um fenômeno social complexo. Definimos dessa forma pela sua abrangência e inserção social. Palavras derivadas de ações desportivas são utilizadas nos meios empresariais como equipe, time, recorde, marcação cerrada, entre outros. Nos momentos de lazer a presença da linguagem provinda do desporte é ainda mais evidente.
O desporte, na sua origem, derivava de jogo e brincadeira. Eles eram parte da cultura, como expressão das tradições do sagrado ou do profano, consistindo numa atividade essencialmente lúdica de caráter ritual. Pelas exigências físicas, estas atividades celebravam o corpo, a força, a beleza e o mágico.
O desporte moderno retira o caráter ritual mágico religioso do esporte e o transforma em algo secularizado, sem estruturar-se na religião, incorporando elementos racionais, como medidas, recordes ou igualdade de chances.
Dessa inserção da linguagem no quotidiano e nas várias formas de relação sociais vem à força do desporte. A comunicação é muito importante para vivermos em sociedade, logo, se certo tipo de símbolo típico do desporte é reproduzido em vários contextos sociais, ocorre o que denominamos de desportivização da sociedade contemporânea.
O desporte desempenha um importante papel na formação do homem e da vida em sociedade, matriz de socialização e transmissão de valores, forma de sociabilidade moderna, instrumento de educação e fonte de saúde, estes são alguns dos atributos do fenômeno desportivo.
Particularmente no caso Portugues, o desporte é uma parte fundamental da cultura do país tomada como representação da identidade nacional, incorporando na sua prática os valores da sociedade. O desporte é espetáculo ritual. Com as camisolas das equipas, os cascois e hinos, com as paixões e desilusões, enfim é o pulsar da cultura viva. Mas, no mundo contemporâneo é também um grande negócio que movimenta bilhões de euros, dólares. Constitui, portanto, um fenômeno social observável na vida quotidiana que se articula com símbolos culturais, produção cultural, economia e política.LMC


OS VALORES DA VIDA EM SOCIEDADE

Os valores não surgem na vida em sociedade como um trovão no céu. São construídos na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas escolas, nas manifestações culturais, nos movimentos e organizações locais. Conhecê-los, compreendê-los e praticá-los é uma questão fundamental da sociedade atual. A luta por um mundo melhor, por uma civilização mais humana, mais democrática e mais justa tem sido, historicamente, construída pelo homem. Atualmente, os governos, as organizações não-governamentais e os cidadãos do mundo lutam pela equidade. O que é a equidade? É uma forma de praticar a Justiça, isto é, o respeito à igualdade de direito de cada um, que independentemente do que está escrito nos códigos jurídicos, esta no ADN de cada ser humano por direito.

 No século 21, a sociedade civil e política quer que todos pratiquem a equidade como expressão de um sentimento do que se considera justo, que seja expressa em forma de virtude de quem ou do que manifesta senso de justiça, imparcialidade, respeito à igualdade de direitos dos homens. Por isso, na Filosofia, a ética é o ramo de estudos que cuida particularmente de investigar os princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano.

Ela reflete especialmente a respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social. Podemos observar que as ações humanas, em face de sentimentos, estímulos sociais ou de necessidades íntimas, requerem, para a boa convivência na vida social, bons costumes, boa conduta, segundo os preceitos socialmente estabelecidos pela sociedade. Uma pessoa, mesmo com as mais contundentes e sensíveis justificativas, em situação de privação material ou de fome, comete um crime ao roubar para alimentar-se. Roubar é um ato que fere a moral e os bons costumes.

Entre as diferentes ambiências humanas, a escola tem sido, historicamente, a instituição escolhida pelo Estado e pela família, como o melhor lugar para o ensino-aprendizagem dos valores, de modo a cumprir a finalidade do pleno desenvolvimento do educando, o seu preparo para o exercício da cidadania e a sua qualificação para o mundo do trabalho. Sem a prática de valores, não podemos nem falar em cidadania. Sendo assim, caberá às instituições de ensino a missão de ensinar valores no âmbito do desenvolvimento moral dos educandos. Através da seleção de conteúdos e metodologias que favoreçam temas transversais (Justiça, Solidariedade, Ética etc.), presentes em todas as matérias do currículo escolar, os valores podem ser conhecidos e aplicados na vida diária de cada pessoa.LMC



Visão do mundo Atual

A historia mostra-nos que a injustiça sempre esteve ao lado da sociedade, seja na época da escravidão, revolução industrial e no atual modelo capitalista globalizado. Sempre existiu uma hierarquia social, na qual alguns eram privilegiados, outros nem tanto e outros massacrados, dignos de pena.

Essa injustiça, acredito que é provocada pelo instinto mais animal e hostil do ser humano, aquele que o faz querer ser melhor que todos e expor/alimentar isso seja para si próprio ou para o próximo, o problema são as varias variações do ponto; “Ser o melhor”. Eu tento entender conceitos como; “Ter carros/roupas/mansões caras… dá-te status, poder e respeito”, mas sempre esbarro no mendigo do sinal ou na criança da rua agonizando de tanto cheirar cola. Não sou hipócrita de dizer que certos consumos não me fazem necessário ou que não gosto de dinheiro(claro que gosto), mas garanto que tudo que compro é para atender a uma necessidade minha que nada tem haver com status, poder e respeito.

A grande questão é que um novo modelo económico está a deixar de ser utopia e passa a ser necessidade, tempos atrás foi preciso muita destruição para que a mudanças desse porte acontecesse, espero que agora não seja necessário, quero me adequar o quanto antes. O mundo globalizado, o capitalismo a flor da pele e do bolso veio acompanhar o da desigualdade social, aumento da criminalidade, desconfiança económica e excesso de valorização das coisas fúteis, aquelas que dão o tão sonhado status, poder e respeito.

Penso diferente, penso que para respeitar alguém é preciso admira-ló, não pelo o que tem ou onde está, mas sim pelo que faz, ou seja, eu valorizo o ser e não o ter. Pensando nisso tudo e trazendo para o meu mundo do meu dia a dia, penso que apenas com uma conjuntura sócio-econômica participativa, colaborativa e transparente o mundo estará salvo e pronto para crescer como deve crescer, com uma base em conhecimento/sabedoria e não de matéria. LMC